Quanto custa o seguro do Novo Polo 1.6 MSI e do Corolla Xei 2.0 VVT-i?
Nesta pesquisa do IQ Seguros, duas cidades se destacaram e ajudam a explicar as diferenças de preço de um seguro: Niterói, no Rio de Janeiro, e Brasília, a capital federal
O seguro é um dos produtos mais importantes de um veículo. Atualmente, a estimativa é que 90% dos veículos que saem da concessionária estão assegurados. Porém, essa proporção cai com o passar do tempo. Quanto mais velho o carro, menos protegido ele está. A média de seguro na frota de autos do Brasil fica abaixo dos 70%. Isso significa que cerca de 30 milhões de carros circulam nas ruas brasileiras sem cobertura contra acidentes.
Mas dificilmente um apaixonado por carros não tem seguro. Para os amantes das quatro rodas, a dificuldade não está na escolha de uma seguradora, mas em entender como se chega ao valor da apólice e como ela muda de cidade para cidade. O IQ Seguros escolheu dois modelos queridinhos do FlatOut, que estão entre os top10 mais vendidos do segundo semestre de 2018, para explicar essas diferenças: o Novo Polo 1.6 MSI 2018/2018, cujo valor de referência pela tabela FIPE é de R$ 49.055; e o Toyota Corolla Xei 2.0 L Dual VVT-i 2018/2018, com valor de referência pela FIPE de R$ 92.400.
Para começar, é preciso lembrar que o seguro auto é um serviço financeiro e o valor alto depende de vários fatores, como modelo do veículo, perfil do motorista e cidade em que reside. Levando isso em consideração, o IQ Seguros escolheu a maior seguradora do mercado nacional para fazer a cotação dos modelos 2018 do Novo Polo e do Corolla Xei, levando em conta o perfil de um motorista de 31 anos, casado, que mora em casa com portão automático e em bairro com boa infraestrutura nas 20 cidades mais populosas do Brasil.
Neste levantamento, duas cidades se destacaram e ajudam a explicar as diferenças de preço de um seguro: Niterói, no Rio de Janeiro, e Brasília, a capital federal.
Separada da capital fluminense por uma ponte de 13,3 km, Niterói tem uma das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro. Porém, a beleza fica distante quando se fala em seguro auto: ela é a cidade mais cara, tanto para o Novo Polo quanto para o Corolla Xei. Proteger esse modelo da Volkswagen sai por R$ 3.248, enquanto que o veículo da Toyota custa R$ 5.664.
Uma das explicações para esses valores está num dos pontos principais de uma apólice: a violência urbana. Niterói conta com um alto índice de criminalidade, que é uma extensão da violência em todo o Estado do Rio de Janeiro. Como consequência, os índices de roubo e furto de veículos são mais altos nessas cidades. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o roubo aumentou 80% no Estado entre 2015 e o primeiro semestre de 2018. Em janeiro deste ano, por exemplo, Niterói registrou 176 roubos de veículos, um aumento de 44% em relação ao mesmo período de 2017.
Esses dados são decisivos para a variação do preço do seguro auto, uma vez a seguradora assume que um veículo em Niterói fica muito mais exposto a riscos do que em uma cidade com menores índices de criminalidade, como é o caso de Brasília. A capital federal foi considerada o município com maior qualidade de vida do País, segundo o ranking da consultoria de recursos humanos Mercer.
Por esse motivo, o seguro do Novo Polo saiu por R$ 1.312 em Brasília. Ou seja, o seguro de um veículo de mesmo modelo e perfil do segurado custa 2,5 vezes mais em Niterói na comparação com a capital federal (veja a comparação com as outras cidades no quadro acima).
A diferença para o Corolla Xei é ainda maior. Por ser um carro mais visado, o seu seguro é 2,85 vezes maior em Niterói do que em Brasília, onde o motorista paga R$ 1.990 pelo seguro (veja a comparação com as demais cidades no quadro abaixo).
Esses dados são importantes para explicar a variação do preço do seguro auto, mas a violência não é um fator isolado nessa análise. Se fosse assim, Alagoas, que é o 5º Estado mais violento do Brasil, deveria ter preços de seguro superiores aos do Paraná, que está na lista dos menos violentos do País. É importante destacar que a cotação realizada pelo IQ Seguros foi realizada em bairros com infraestrutura similar, o que inclui a segurança. Mas outros fatores mexem com os valores finais do seguro. A taxa de sinistralidade por motivos não relacionados ao crime (ocorrência de batidas, por exemplo), assim como o custo de mão de obra e de peças para o reparo de acidentes também entra na conta do preço da apólice. Por fim, as seguradoras têm uma estratégia comercial própria para aumentar ou equilibrar a carteira de clientes – que pode variar de acordo com cada região do País ou até mesmo o tipo de veículo. Essa é uma variável de preço de cada empresa, que não é pública e pode ter mais peso para uma companhia do que para outra.